sábado, 6 de março de 2010

Show Review

Com a casa lotada, o palco intimista - iluminado por três abajures emprestados pelas mães dos integrantes da banda - aguardava com ansiedade o momento em que seria pisado pelos pés dos Mascarados & Anônimos.

Ao apagar das luzes do Caffe Cult, o palco iluminado revelava os primeiros acordes do violão de aço, e logo a modesta e quase anasalada voz de JD fazia o convite "Come gather round people wherever you roam, and admit that the waters around you have grown".

Assim, a primeira canção da noite, The Times They Are A-Changing, escrita em 1963, já anunciava aos presentes que eles receberiam naquela chuvosa noite do dia 05, um banho de música folk, a mesma música que inundou as vidas de quem viveu aquela época e ainda continua a transbordar para as gerações subsequentes.

The Times They Are A-Changing foi seguida imediatamente pela romântica Sara (1976), momento em que a banda - Zimmer na bateria, HicDois no baixo - se uniu ao violão, dando o peso necessário para continuar a apresentação.

Após interpretar uma canção de 1997 - Love Sick - que o baterista equivocadamente anunciou como de 2001, Knockin’ on Heaven's Door (1973) veio precedida de um aviso aos menores de trinta anos presentes no show de que aquela música não é do Guns N' Roses.

Seguiram-se Oh Sister (1976) e Forever Young (1974), sucedidas imediatamente por duas canções da fase cristã do início da década de 80 – a obra-prima Every Grain Of Sand e a balada In The Summertime. I Shall Be Released, extraída dos porões de 1967, encerrou o primeiro bloco.

Bateria e baixo saem de cena, e JD anuncia que é hora de fazer uma breve viagem aos anos 60. É o momento do set acústico, em que violão e harmônica se unem para lembrar canções como Mr. Tambourine Man (1965), Blowin' in The Wind (1963) e It Ain't Me Babe (1964).

A banda volta à cena para interpretar a energizante All Along The Watchtower (1967), a quilométrica Hurricane (1976) e a apoteótica Like A Rolling Stone (1965), as duas últimas reforçadas pela canja da percussão de Rafael Bastos.

Aplausos e mais aplausos, é o fim do show. Porém, um pequeno grupo previamente contratado pela banda puxa um pedido de "mais um, mais um", ingenuamente seguido por toda a platéia presente.

O retorno ao palco se dá com uma dobradinha versão country para Don't Think Twice It's All Right (1963) e You Ain't Goin' Nowhere (1967).

Terá sido coincidência o trio terminar seu show de estréia cantando "você não vai a lugar nenhum"? Nunca saberemos, mas a única certeza é que após uma noite de muita diversão e boa música, os Anônimos foram dormir um pouquinho mais Mascarados.


[Postado com total isenção pelo vocalista da banda]

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